12 de março de 2007

FÓRUM DE LEITORES



Inserido na Semana da Leitura, realizou-se no dia 8 de Março o Fórum de Leitores. Ao contrário das actividades realizadas ao longo de toda a semana, esta era dirigida aos adultos da escola. O tema era a MULHER, pois a ela estava consagrado o dia. Cada participante teria que levar um livro em que a situação da mulher na sociedade, no mundo, fosse abordada.

A sessão iniciou-se às 18.30h, tendo terminado por volta da 20.15h. Foram apresentados livros como "Mãe", de Pearl Buck, "A Insustentável Leveza do Ser " de Milan Kundera, "O Mundo de Sofia" de Jostein Gaarder, "A Papisa Joana" de Donna Woolfolk Cross, "Vendidas" de Zana Muhsen.

Muito já foi o caminho andado pela mulher para alcançar o lugar a que tem direito na(s) sociedade(s), mas muito falta ainda andar para que, junto com o homem, possa contruir uma sociedade justa e equalitária.

Muitas mulheres há que, tal como as árvores do poeta António Gedeão, vivem em solidão, mas, apesar disso, florescem.

Poema das Árvores

As árvores crescem sós. E a sós florescem.

Começam por ser nada. Pouco a pouco
se levantam do chão, se alteiam palmo a palmo.

Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos,
e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se.

Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores,
e então crescem as flores, e as flores produzem frutos,
e os frutos dão sementes,
e as sementes preparam novas árvores.

E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas.
Sem verem, sem ouvirem, sem falarem.
Sós.
De dia e de noite.
Sempre sós.

Os animais são outra coisa.
Contactam-se, penetram-se, trespassam-se,
fazem amor e ódio, e vão à vida
como se nada fosse.

As árvores não.
Solitárias, as árvores,
exauram terra e sol silenciosamente.
Não pensam, não suspiram, não se queixam.

Estendem os braços como se implorassem;
com o vento soltam ais como se suspirassem;
e gemem, mas a queixa não é sua.

Sós, sempre sós.
Nas planícies, nos montes, nas florestas,
a crescer e a florir sem consciência.

Virtude vegetal viver a sós
e entretanto dar flores.

António Gedeão







1 comentário:

Anónimo disse...

O tema parece muito interessante. Mais iniciativas destas são de louvar, pois afinal, todos os dias são dias da Mulher, nossos dias!